terça-feira, 31 de janeiro de 2017

JULIOBRAGA POÉTICA - Saudade doi.31.1.17



Saudade dói bem dentro, mas que não se sabe bem onde. 
Ardente prende como se a vítima fosse morrer por falta de ar. 
Naufragado nas lembranças, suspira fundo e ofegante, sofre com a coisa lembrada. 

Duro trocar o que se viveu pela semântica enganosa que traz para o aqui e agora o que passou, mas que ficou em algum lugar instalado. 
Bole na alma da gente como se sombra fosse possível retratar verdade através da mentira contida na leitura revista e aumentada, ou não, do vivido com intensidade, em priscas eras, em outras idades. 

A narrativa está quase sempre prenhe do que não foi vivido verdadeiramente.
É tarde, muito tarde!
Saudade pode também refletir o que falta hoje em nossas vidas. 
Lembrar do que se foi parece preencher, em termos, urgentes necessidades, nesta hora, no aqui e agora, sentidas.

JOÃOMENDONÇA POÉTICA - Olhos abertos.31.1.17



Enquanto os sonhos não se apagam persiste a incompletude. Que se apaguem então e assim chega-se a culminância. Ausência de tormentos que perturbam a ordem do organismo. Liberdade para ser o que se deseja sem a preocupação de enfrentar o desafio.
Não há refúgio para os rebeldes que não seja outro além da confirmação de que o andamento das coisas é na direção do nada. Tudo apagado da memória do mundo, ausência de registros. Apagar os sonhos é deixar de servir ao que não tem qualquer futuro.
Que alegria. A saudade é o sonho na contramão. Há como trazê-la para a cama e abraça-la no silêncio particular. O ambiente escuro se ilumina de divinas mentiras e os fantasmas flutuam distraídos, cientes de que não podem assombrar o homem de olhos abertos.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

JOÃOMENDONÇA PSICOPOÉTICA 27117



Um dia viro hippie. Ou talvez quase idêntico a um. Escovei os dentes com uma pasta tão branquinha quanto as nuvens. No almoço comi uma salada colorida igual a todas as variedades de plantas do jardim.

Subo no alto do prédio e vejo todas as pessoas andando pelas ruas lotadas, andando em direção aos mesmos lugares, andando ao lado uma das outras sem se olharem nem se perceberem. Andando juntas numa marcha silenciosa para resolver seus vários insolúveis problemas diários.

Vejo o sol exigindo a todos um merecido descanso, mas o semáforo continua vermelho e nunca muda de cor. Acordo cedo para dar tempo suficiente de me arrumar direito e de forma bem convincente ao julgamento do outro que mal me olha.

Coloco a sunga escondida, meu terno de linho e minha gravata azul e me despeço. Vou ser um espantalho tradicional aonde os pássaros vêm cantar nos meus braços permanentemente abertos no meio do mato.

JOÃOMENDONÇA PSICOPOÉTICA27117





E os rios guiam aqueles homens sem lar e todos desejam ser iguais a eles. Andar para baixo quando o céu se abre sem limites e andar também para o alto quando a lua surge bem devagar. Uns podem achar que precisam de amor e outros se comprazem com a dor.

Meninos adultos ligados por algo que é próprio de toda companhia sem luxos nem requintes. Uma procissão de sonhos. As pontes são feitas pelas fronteiras do espírito e o almoço é servido na tábua da lei. Muitos tentam fugir e atônitos se dão conta que não podem.

A velha tábua. Que contém todos os mandamentos obrigatórios e que rege os destinos dos aventureiros. Silêncio e imensa vontade de se libertar. Nada mais a se fazer. Até o encerramento do dia e a abertura de outro dia novo e outra vez completamente arbitrário.

JULIOBRAGA FILOPOÉTICA27117


Discussão então trazida à baila.
Foi assim mencionado no texto.T
razida à balha pode ser roupa suja e deve ser lavada em casa para que ninguém meta o bedelho.
E se assim proceder deve ser picado por imenso escaravelho enviado por um diabo fofoqueiro de plantão.
Ademais, boca fechada não entra mosquito e seria esquisito engolir bezourão.
Assim, é melhor fechar a tramela, salvar do engasgo a guela.
Negar a assertiva popular de que a parede tem ouvido, fazer ouvido de mercador e deixar de ser atrevido.
Não vi, não ouvi, não sei cabe em todo lugar.
Vá viver sua vida abelhudo.
Deixa a vida de coló enxerido!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

JOÃOMENDONÇA POÉTICA



A CRIANÇA CRIA E O ADULTO ADULTERA
Espero o dia que não existirá. 
As mudanças se chocam nos seus próprios antagonismos. 
O dia virá quando se esquecer do futuro. 
Às vezes é a espera que mantém a esperança.

Não adianta tentar escapar. 
Deus está vendo até os segredos que não sabemos que temos. 
Uma criança só existe ao lado de outra criança. 
A criança cria e o adulto adultera.

Vou deixar tudo dar errado. 
Os que lutam por acertar sempre se esquecem das outras opções. 
Amanhã é hoje com novas incertezas. 
Apenas o sol não sabe que o jogo é sério.

TIZEBARROSO PSICOPOÉTICA



Devia ter uns18 anos, algo assim, era verão e eu adorava tomar banho de rio, em especial na cachoeira do vô Delfim, em Itanhandu-MG.
Uma vez, lá fui eu e no meio daquela tarde azul tive a idéia de mergulhar e segurar uma pedra no fundo do rio. 
Assim fiz e fiquei lá, como um musgo, deixando a correnteza me balançar, um tempão, o tempo que meu fôlego deu, do jeito que já tinha conversado com Luiz Ernesto, que também gostava de brincar de fazer-se de musgo. 
Hoje me lembrei forte desse momento mágico da minha vida quando fiz uma prática de autohipnose e ressenti a dança das águas geladinhas do rio Verde perpassando meu corpo, apenas deixei sua vibração me inundar.
Agora me sinto inundada dessa energia.
É bom ter imaginação e algumas vivências reais na memória, ajudam-nos a atravessar os momentos difíceis da vida.

domingo, 22 de janeiro de 2017

JOÃOMENDONÇA FILOPOÉTICA - A ESCADA.



A escada. Ela que tenho tanta pressa em subir. Ela que meus olhos miram seu final. Que fica mais íngreme a cada dia. Que sempre muda de cor se meu humor muda também.
Nada mais é do jeito que aprendi. Um arco íris completo carece de todas as cores. Meus amigos estão em toda parte do mundo exceto ao meu redor. Os sonhos diminuíram de tamanho com a idade.
Os sonhos inalcançáveis são os simples hábitos de ontem. O mundo está maior e os lugares mais próximos. Encontro-me só no meio de tanta gente. Procuro o silêncio e ao encontrá-lo fujo num instante.
Não sei mais quem eu era e há tempos não me concilio com qualquer certeza. Tenho poucos medos, não me arrisco mais. As paredes envelhecem taciturnamente e eu as pinto cirurgicamente.
O sol, meu grande amigo é o sol. Ele pinta o céu da mesma cor e eu noto abalado que não o vejo mais como eu o via. Colorido. Mas é meu amigo. Visão particular de minha sincera ilusão.

JOÃOMENDONÇA FILOPOÉTICA


Sustentar a lucidez é possível. Todos os dias há percalços e a sombra da mangueira sombreia todos os cansados. A areia não fura o pé porque andar mantendo a loucura já significa furá-lo sempre.
Assim, sem medo das paranoias, se vai aos poucos transformando tantos pensamentos nocivos em estado psicológico normal. É bom tornar cada paranoia uma amiga e conversar abertamente com ela.
É bom também bater papo com quem se rendeu aos infortúnios da vida, esse sim é o verdadeiro desafio a se vencer. O amigo que está mal prejudica a congregação que se reúne em sonhos de liberdade.

JOÃOMENDONÇA POÉTICA



O ponto ao qual chegamos é o inicio de nossa destruição. Isso seria bastante ruim se não soubéssemos reconstruir. Mas se se perder a esperança, aí tudo retorna ao ponto do não, o tempo remoto onde nem havia o sol.
Era um simples pontinho que brilhava sem saber que cresceria porque crescer de forma plena é, antes de tudo, a capacidade de acreditar em tudo que se tem. Acreditar em tudo mesmo que seja minúsculo.
O raio timidamente modelava raízes férteis que se alongavam como flechas nos espaços vazios. O buraco foi sendo preenchido no tempo que começava, segundo por segundo, até a formação da primeira rocha.
Era um quase nada, mas que existia. A coisa mais mínima é a mais compacta e concisa, tão concentrada que numa hora explode o núcleo de matizes. Até a separação das cores criar vidas e fazer nascer a fé no acreditar.

CALENDÁRIO 2017 - Ogbe Ogun



CALENDÁRIO 2017 - Ogbe Ogun
DEZEMBRO 2016
DIA 31 – ETUTU AGBUKÀÁ (Carneiro)
JANEIRO
DIA 01 – OSESÉ
FEVEREIRO
DIA 5 – OSESÉ
MARÇO
DIA 5 – OSESÉ/ETUTU.
10H:00M: ETUTU AGBARARÉ OKORIN
DIA 12 – SIRÊ AGBARARÉ OKORIN - FESTA DO PODER MASCULINO
ABRIL
DIA 2 – OSESÉ
9H: ETUTU AGBARARÉ OGBIRIN
MAIO
DIA 7 – SIRE AGBARARE OGBIRIN - FESTA DO PODER FEMININO
10H:00M: SIRE AGBARARE OGBIRIN
JUNHO
DIA 4 – OSESÉ

JULHO
2 – OSESÉ
AGOSTO
DIA 6 – OSESÉ
SETEMBRO
DIA 3 – OSESÉ
10H:00M: ETUTU AGBARARÉ FUNFUN

DIA 10 – SIRÊ AGBARARÉ FUNFUN - ÁGUAS DE OSALÁ
OUTUBRO
DIA 1º – OSESÉ
NOVEMBRO
DIA 5 – OSESÉ
10H:00M: ETUTU AGBARARÉ ESÁ

DIA 12 – SIRÊ AGBARARÉ ESÁ - FESTA PARA OS ANTEPASSADOS
DEZEMBRO

3 – OSESÉ/OYA laty IGBEJI AJEUN



sábado, 21 de janeiro de 2017

ODU LONI RE 21.1.17


ODU LONI RE 21.1.17
Agbarare MEJI:
LOGUN ODE
Soro ODU:
IRETE EJILA RERE NI OGUNDA EJILA RERE
= ALEGRIA LEGÍTIMA NA GUERRA DO BEM.
Jugba:
Mojugba LOGUN ODE, Losi Losi O!

= Minha saudação ao Deus do saber da bigeneralidade.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

FERNANDOCOELHO PSICOPOÉTICA




Por Fernando Coelho
Abre-se a manhã em minha casa com versos de alvenaria. 
Te vejo dançando, emoldurada em teu corpo doce de perplexidade. 
Meu tempo, seja onde for, espana-se nesta largueza do dia assustado de demoradas claridades. 
Meu tempo não há. 
Meu dia não é agora. Minha noite não é escura. 
Pereço os instintos em tua saudade fora da janela cheia de paisagens aflitas. 
Mais um instante, mais um perfume rarefeito no que não me dizes mais. 
Apenas um sopro de estrela mergulhando em algum espasmo, perdido, no espaço que sou. 
Não há mesmo tempo em mim. 
Curvo-me ao ímpeto de estar, sem nada, em observação, a mirar o tempo de tanto amor, retomando, daqui e dali, os segundos cheios de teus olhos. 
Admiro, ao longe, a infinita espera de nunca ser, nem ter, nem fugir.

domingo, 15 de janeiro de 2017

ODU LONI RE 15.1.17



ODU LONI RE 15.1.17
Agbarare MEJI (Poder bi-gênero)
OSALUFÀÁ ODUDUWA:
Soro Odu:
OGBARA ODY EJO NI OGUNDA EJILA RERE
= GUERRA ÉTICA/POSITIVA, CONTRA A MALEDICÊNCIA.
Jugba:
MOJUGBA GBAGBA OSALUFÀÁ ODUDUWA, EPA GBAGBA O!

= Minha saudação ao Pai, Deus do saber do princípio feminino do Universo, Calma Pai!

ODU LONI RE 16.1.17


ODU LONI RE 16.1.17
Agbarare Ogbirin:
OSUM IJIMUM
Soro Odu:
OWORIN EJILA NI OGUN ETAWA MEJILA RERE
= Dinheiro positivo na Guerra de prosperidade.
Jugba:
MOJUGBA OSUM IJIMUN, ORE IYE IYE O!
= Minha saudação à Deusa do saber da Água Quente, Amiga Mãezinha!
Obs.: ORUNMILA AVISA:
ODY ARUN GBOGBO ORO

= Perigo de Constrangimentos para todos.

sábado, 14 de janeiro de 2017

TIZEBARROSO FILOPOÉTICA



Sou dura, dura,já disse que sou dura,por fora e por dentro, pele e osso, ferro e fogo. Dura. Por que agora todo mundo deu pra ser mole, achar bonito ter coração mole,se derreter de amores por tudo que é coisa ou gente?Ser feito água?

Eu não.
Sou dura, 
vinda de longas eras das profundezas das depressões tectônicas de altas temperaturas das zonas de subducção.
Nada a ver com carbono, reprodutor vulgar.

Eu não, passei por terríveis pressões tectônicas até chegar ao que sou.
Ai, ai ai, pobre de mim, nesses tempos líquidos!
Poderia pensar assim,mas não penso, eu hein, é ruim, deixo esse pensamento para as tolas.
Gosto de ser dura, sou pobre não, imagina.Só sou dura, diamante verdadeiro.
E Isto não é uma escolha, apenas uma constatação do meu ser.

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 14117


Duas nuvens unidas por pequenas nuvens formam uma nuvem grande. É só olhar para o céu. Percebe-se que ela assemelha-se ao objeto cobiçado. Um carro preto. Uma casa no campo. A rede presa nos coqueiros. O olhar está certo, ele enxerga o que mais deseja.

Mas no céu azul sem nuvens não há lugar pra imaginação. A perfeição é o que se precisa ver. Basta estar no parque de árvores altas com a toalha estendida na grama e frutas diversas. O próprio cenário mágico rega a imaginação na ausência de outros estímulos.

Até que surge a necessidade de imaginar de olhos fechados. É quando vem a chuva e nos recolhe pra debaixo de um teto seguro. E a música intermitente de pingos nas telhas bate onde só há o íntimo silêncio, certificando que a realidade viva também cria monstros.

FERNANDOCOELHO POÉTICA 14.1.17


Por Fernando Coelho
Abre-se a manhã em minha casa com versos de alvenaria. 
Te vejo dançando, emoldurada em teu corpo doce de perplexidade. 

Meu tempo, seja onde for, espana-se nesta largueza do dia assustado de demoradas claridades. 
Meu tempo não há. Meu dia não é agora. 
Minha noite não é escura. 

Pereço os instintos em tua saudade fora da janela cheia de paisagens aflitas. 
Mais um instante, mais um perfume rarefeito no que não me dizes mais. 
Apenas um sopro de estrela mergulhando em algum espasmo, perdido, no espaço que sou. 
Não há mesmo tempo em mim. 

Curvo-me ao ímpeto de estar, sem nada, em observação, a mirar o tempo de tanto amor, retomando, daqui e dali, os segundos cheios de teus olhos. 
Admiro, ao longe, a infinita espera de nunca ser, nem ter, nem fugir.

ODU LONI RE 14.1.17



ODU LONI RE 14.1.17
Agbarare Meji
LOGUN ODE
Soro Odu:
IRETE OKARA NI OGUNDA ETAWA MEJI
= TRISTEZA NA GUERRA DUPLA (AIYE/ORUN = No mundo dos vivos e no mundo espiritual).
Jugba:
MOJUGBA LOGUN ODE O!

= Minha saudação ao Deus do saber da bi-generalidade. 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

TATA KEWALA SIMBE: REFLEXÃO/POÉTICA 13.1.17



Temos que viver o hoje como se fosse o último dia.

* Nunca é tarde pra ser feliz , mas sempre é cedo pra ser tarde.

* Quando algo que é pra ser bom se torna ruim, saia fora.

* Agora quando uma coisa ruim acontece, temos que tirar proveito de tudo, de tudo de ruim mesmo e pode acreditar que vc achará sim inúmeros proveitos que se tornará em coisa boa e será duradouro.

* Tudo na vida Há seu tempo. 


* Tudo que vc faz ecôa na eternidade.


* Quando o mar está calmo, ate barco de papel navega.


* Firma quem manda, mais manda quem pode.

ODU LONI RE 13.1.17


ODU LONI RE 13.1.17
Agbarare Okorin:
OGUN ALAKAIYE
Soro Odu:
OGBARA OKARA NI OGBE EJILA RERE
= Doença crescendo em corpo saudável.
Jugba:
MOJUGBA OGUN ALAKAIYE, PATAKOLORI O!
= Minha saudação ao Deus do saber universal da vida, matai a loucura!

Obs.: OGUNJA também, aponta caminho de ODY IKU (Caminho de morte).

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

JÚLIOBRAGA FILOPOÉTICA 12.1.17



Quero arrancar da vida a beleza contida apesar dos pesares. 
E quando dolorida, inda me resta vontade de tecer poética do ser/estar. 
Faço de tudo leitura positiva; do sofrimento um riso. 
Do riso a imanência da piada, paródia jocosa da vida sonhada. 
Inefável percepção do que deveria ser constante da lida; execração do sofrer como dever de ofício e velejar nas águas límpidas do mar 
Amar como exercício de vida.
(NEC PLUS ULTRA)

ODU LONI RE 12.1.17



ODU LONI RE 12.1.17
Agbarare Okorin:
EXÚ ODARA EGBO =
O Deus do saber da essência das oferendas mágicas.
Soro Odu:
OGBARA EJILA, ODY EJO =
Corpo saudável atacado por magia ruim falada.
Jugba:
MOJUGBA EXÚ ODARA EGBO, ARO IYE! =

Minha saudação ao Deus do saber da essência das oferendas mágicas, ARO é o seu título nobiliárquico.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

JULIOBRAGA FILOPOÉTICA 11.1 17


Meus prosemas são autofágicos; comiseram dentro dentro de mim. 
Masturbam-se sem que eu queira, sem micocó sem conveniência. 
Dir-se-ia invasão do outro meu ser, nem sempre pra isto, paciência. 
Angústia atróz da mente em pane, busco quase sempre retroceder, voltar para o inditoso abandono. 
Viver como cachorro sem dono. 
Não suporto empoderamento mesmo que venha tardiamente. 
Nada mais que umguento para feridas abertas e não tratadas ao longo do tempo. 
Ser da turma carriola, como Chico Mané e Beiçola.
Tirar minhas férias vencidas. 
Gozar de verdade minha vida, desligar de fazeres cotidianos. E
ntregar meu corpo ao abandono. 
Não quero mais saber metafísica. 
Viver tempos mundanos e aquele abraço pra quem fica.

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 11.1.17A





Do outro lado do mundo há pessoas sentadas em volta do violeiro. Ele canta músicas conhecidas e todos aplaudem muito. Há vida no Egito. Jovens com roupas justas procurando esperançosos os caminhos singelos da liberdade. Há sonhadores em toda parte.

Um simples casal sentado no muro à beira mar contando de um por um os navios iluminados. Na Coreia do Norte tem uma senhora em casa assistindo as notícias sobre os reais progressos do Governo. Crianças jogando futebol embaixo de dúzias de árvores centenárias.

Tem muito lixo espalhado nas ruas de Dakar. Policiais sonolentos perfilados em frente ao quartel sabendo que nada podem fazer para impedir o tráfico. Geralmente em algum lugar há alguém sentado sozinho escrevendo longos relatos sobre suas aventuras no deserto.

Do outro lado do mundo é dia quando do outro é noite. Enquanto uns lutam para pegar no sono, outros se levantam para pegar tudo o que dia pode oferecer. E as notícias realmente de extrema importância são aquelas que impactam todos de uma vez só.

E a preocupação do chinês se assemelha ao do londrino, do libanês, do senegalês e do guatemalteco, todos separados por idiomas sem quase nada em comum, mas que compartilham uma idêntica vontade que aqui se chama “viajar” e assim conhecer o outro lado...

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 11.1.17










O pião se cansa de girar sem sentido. Engana-se quem acredita que o pião desgosta do trabalho. Ele frustra-se apenas por girar sem ter um objetivo pessoal e sedutor. Tudo bem, se é pra girar assim mesmo que seja dessa forma. E de maneira indisposta seu giro se repete, dia a dia, até o término de cada jornada. Conforma-se do cansaço e duvida se gira realmente para onde gostaria de estar indo.
Envolto em dilemas existenciais se vai de fato ao porto seguro de seus sonhos, o pião geralmente prefere deixar os pensamentos se diluírem nos bares e em outros entretenimentos. Esquece de si mesmo ao embriagar-se numa fuga controlada sobre o real sentido da vida. Sabe somente que o colorido dos seus tons lhe alertam que as cores que o compõem se desfigurarão lá na frente do seu futuro. 
De tempos em tempos o pião olha fixamente para o céu escuro pontilhado com pequenas luzes vivas das estrelas mortas. Olha com olhar que busca o que não sabe o que é. E a reunião de astros lhe exorta para a aventura do risco. Mas a astrologia não está nos mapas do seu monótono cotidiano e rendido assiste a repetição que já o hipnotizou tanto que nem vislumbra o lugar em que desejaria estar.

ODU LONI RE 11.1.17



ODU LONI RE 11.1.17
Agbarare Okorin:
IYAMOJA ORI NLE
Soro Odu:
OGBARA EJILA RERE NI IROSUN ETAWA MEJI =
CORPO SAUDÁVEL, SONHO GERAL DE TODOS OS SERES VIVOS.
Jugba:
MOJUGBA IYAMOJA ORI NLE, ERU IYA O! =
Minha saudação à Deusa Mãe dos Filhos Peixe, Senhora do saber da modelagem/criação do cérebro dos seres vivos, protetora dos escravos.

Obs.: IYAMOJA ORI NLE, apontou insistentemente (4X) o caminho de ODY ARUN (Caminho negativo, de CONSTRANGIMENTO, VERGONHA). 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

JULIOBRAGA FILOPOÉTICA



Não faz mal.
 Importa caminhar inda que na estrada haja lama. 
Melhor seria tibetana. 
Mesmo que não seja o ideal viajar com Da lai lama, vamos ser verdadeiros a cada dia, a cada instante. 
Dificil será regar a pureza humana pra colher o que está por detrás das tramas. 
E cheio de esperanças alcançar estado de libertação pelo caminho espiritual. 
Do nirvana não escapa! 
Dalai pontificou: as aparências e o vazio vivem simultâneas. 
Sejamos nós por inteiro. 
E que seja eu o primeiro.
(2015)

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 10117 - A SÍSTOLE E A DIÁSTOLE



                                                         A SÍSTOLE E A DIÁSTOLE
Tudo surgiu porque o nada foi ficando tão vazio que implodiu. 
O tudo é esse nada acrescido de luz. 
Uma luz especialmente fina que corre bem estreita por dentro dos corações dos círculos de vida.
É para se ter bastante cuidado com essa luz raríssima. 
Uma nascente de cachoeira que espalha suas águas por todos os afluentes e se perde com sua própria vitalidade nos diversos recônditos virgens.
E se brotar vida imprevista é bom batizá-la com o nome que sua forma sugerir. 
A palavra nasce da luz, o único registro. 
A sístole e a diástole nos dá os intervalos pra gritar alto no tempo descontinuado.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

ODU LONI RE 10.1.17


ODU LONI RE 10.1.17
Agbarare MEJI:
OSALUFÀÁ ODUDUWA
Soro ODU:
OSA EJILA RERE NI OSE OKARA =
“MUITOS PROBLEMAS SE RESOLVEM COM MORTE SÚBITA”
Jugba:
MOJUGBA OSALUFÀÁ ODUDUWA, EPA EPA O! =

Minha saudação à Deusa do saber do princípio feminino do Universo.

ODU LONI RE 9.1.17


ODU LONI RE 9.1.17
Agbarare Ogbirin
NÀÁLERE
Soro ODU:
IKA EJILA RERE NI ODY OLE ODY OLE =
É JUSTICEIRO, O LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO.
Jugba:
MOJUGBA NÀÁLERE, OSA LUGBO O! =

Minha saudação à Deusa do saber da lama!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

JOÃOMENDONÇA POÉTICA6117



Está explicito o mistério mais escondido. Tão ampla a realidade é que sua grandeza atrapalha a apreciação das riquezas módicas. São os detalhes minúsculos os reais acessos para o mistério escondido. Está no firme aperto de mão do soldado na mão submissa do tenente. Na forma como o barraqueiro entrega as frutas organizadas para a dona de casa. No sorriso bonito da criança brincando livre.
Basta somente olhar para as coisas pequenas e imaginar o cenário da verdadeira história do pintor bêbado. Porque cada saída é uma entrada para mundos que existem exclusivamente para os tatuados com o signo do dragão de fogo. Diversos cadernos registrando dezenas de explicações da biologia. O padre sofredor transmitindo sofrimento em sermões de morte. Cavalos apaixonados pelos donos.
E dentro da multidão de sonhos que se contrapõem uns com os outros, há aqueles que carregam sem saber uma penca de chaves que abre mil fechaduras, mas que desconhecem como usá-la. O mundo grita pedindo audiência, jogadores, cúmplices e artistas. Antes que o sol puxe a linha das experiências para seu centro e a adormeça numa forma opaca que seria impreciso descrevê-la nesta noite de estrelas.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

FERNANDOCOELHO POÉTICA 5117



Recomeçar. 
A lei da vida. 
Recomeçar. 
Amar de novo. 
Aprender de novo. 
Amar mais. 
Aprender a tolerar. 
Recomeçar outro amor. 
Amar outro amor. 
Mesmo que o grande amor permaneça sob a pele. 
Mas não há que parar, esmorecer, ter febre de medo. 
Recomeçar, ir, insistir, resistir, aguentar, reinventar, imaginar o que não há, sonhar tudo, acordar e sonhar, e recomeçar. 
Recomeçar. 
E só.

JOÃOMENDONÇA POÉTICA5117



É uma confusão danada administrar planos secretos. Às vezes o arquiteto do plano confidencia partes extremamente importantes do plano para um amigo mais próximo. O amigo torce com verdade genuína para o sucesso da empreitada, mas ao mesmo tempo, o plano perde rigidez porque ao contá-lo pontas soltam-se no espaço.

Todo plano secreto precisa de força concentrada e isso só é possível guardando-o numa parte especifica do coração. E nessa parte tão íntima, cuja principal função é conectar o desejo ao sonho, o plano secreto amadurece pouco a pouco e vai amadurecendo sempre um pouco mais à medida que a vontade se traduz em ação diária.

E a cada nova ação repetida incansavelmente o suor alimenta a vontade, que vai ficando mais forte, sempre mais forte, fortalecendo o desejo. Até que a conecção do desejo ao sonho se torna um túnel colorido onde a pessoa é lançada de repente para uma realidade muito bem projetada e infinitamente melhor do que foi projetado.

JULIOBRAGA FILOPOÉTICA5117




É preciso estar perto para o bem estar do coração. 
É preciso meta fíxa para alcançar a metafísica da transcendental condição de amante. 
Remover areia movente para alcançar a consistência alicerçal do bem querer. 
Não precisar de artimanha que arranha a concretude de ser o que deve ser. 
Desprendimento e vontade. 
É só querer e pronto.

JOÃOMENDONÇA POÉTICA5117


Onde está o lugar esquecido?
 Lugar querido e que te fez tão feliz? 
É significativo o fato de tê-lo esquecido. 
As delícias da existência passam rapidamente na vida assim como a ligeira aparição do palhaço no circo, justamente a atração mais aguardada.
Seria razoável guardar as boas e frenéticas lembranças num canto do coração. 
Esquece-se, porém. 
Nem cogita em ir buscá-las no fundo das melhores lembranças. 
E a realidade incolor impõe-se soberana tomando o lugar das paragens onde mais se valeu a pena existir.
Ao fim do dia há uma singela pergunta do tempo: estás vivendo onde gostaria? 
As ruas permanecem com as mesmas árvores, mas os meninos-poetas fugiram. 
As bruxas estão há muito tempo reclusas nas casas de campo. 
E os garis deixam a rua cada vez mais limpa.