Agbarare Ogbirin Aiye/Orun - Poder Feminino do Universo.
OGBA GBE (A Deusa do saber da prosperidade.)
SORO(falando):
ODU LONI RE: (Signo geral): OTURUPON ETAWALAFIA RERE, OYEKU EJILA RERE = (Escravidão a boa situação e esperar a morte chegar).
ODU LONI RE: (Signo geral): OTURUPON ETAWALAFIA RERE, OYEKU EJILA RERE = (Escravidão a boa situação e esperar a morte chegar).
JUGBA: (Saudação): "MOJUGBA OGBA GBE, IRE O! (Minha saudação à Deusa
do saber da prosperidade, Alegria).
ITÀÁ: “FALOU TÁ FALADO...!”
DOMINGAS era ABYÀÁ(Pretendente
a noviça) que estava prestes a entrar no próximo barco de YIAWO(Noviça) para
ser iniciada para o ORIXÁ OYA no ILE ASÉ ARO KETU, tradicional casa de culto ao
ORIXÁ OXÓSSI AROLE, localizada no Buraco Fundo, cidade de Planaltina-DF. Era
dia de OSÉ, quando ela em companhia de outras irmãs entrou em uma das casas
para pegar uma chave e lá deparou-se com uma cena de amor entre duas YIAWO da
casa, conhecidas pela alcunha de ROLINHA de NÀÁNÀÁ e POMBINHA de EWÁ. DOMINGAS
e suas acompanhantes discretamente retornaram, porém, no exterior passaram a
contar o fato para toda a comunidade. O assunto tornou-se o principal
comentário do dia, vindo a ser do conhecimento de toda a comunidade. Bem mais
tarde, ROLINHA de NÀÁNÀÁ ao saber dos comentários ficou bastante aborrecida e
dirigiu-se à casa da YIA KEKERE(Mãe pequena do terreiro) para tratar de um
assunto qualquer, quando encontrou-se com DOMINGAS que por sua vez apressou-se
para apresentar-lhe falsas justificativas que a eximiam da culpa, dizendo-lhe
que não tinha falado nada para ninguém, que o EJÓ(Maledicência) não foi feito por
ela, que ela tinha visto a cena, porém, ela não falou nada para ninguém, que
ela era inocente dentro daquela história toda. Ao que ROLINHA muito irritada
retrucou: -“Não me interessa quem falou... Eu estou indo neste momento entregar
essa história toda para EXÚ LONÀÁ(O Deus do saber dos caminhos) e pedir a ele
para que dê a essa pessoa fuxiqueira o que ela merecer!”. ROLINHA de NÀÁNÀÁ
falou irritada, porém, não fez nada daquilo, seguiu seu caminho indo cuidar da
própria vida. DOMINGAS, muito impressionada com as palavras de ROLINHA foi para
casa, onde veio a ter um violento derrame que a deixou bastante seqüelada. A notícia
do derrame consternou toda a comunidade e dois dias depois ROLINHA de NÀÁNÀÁ
sem saber ao certo o que tinha acontecido com DOMINGAS, esteve em sua casa,
quando então uma das suas filhas incorporou uma entidade, não identificada que
gritava para ROLINHA: - “VAI PAGAR... VAI TER QUE PAGAR!”, tendo ROLINHA de
NÀÁNÀÁ fugido do local passando muito mal.
No dia seguinte, ROLINHA de
NÀÁNÀÁ e POMBINHA de EWÁ resolveram ir consultar o OLUWO(Olhador) SEU VAVÁ NIGRINHA
que atendia na comunidade vizinha chamada Caveiral(Que por sua vez recebia esse
nome em virtude ao alto índice de homicídios que aconteciam no local), então
jogando o DILOGUN(Jogo divinatório de 16 búzios) respondeu o ORIXÁ OGBA GBE(A
Deusa do saber da prosperidade.) apresentando o ODU OTURUPON ETAWALAFIA RERE, OYEKU
EJILA RERE = (Escravidão a boa situação e esperar a morte chegar).”. Ao que ROLINHA
de NÀÁNÀÁ perguntou a SEU VAVÁ a questão de que “se teria sido a sua fala que
causou o derrame de DOMINGAS, pois, ela não falou aquilo de verdade, foi apenas
da boca para fora. SEU VAVÁ redarguiu: - “EXÚ está dizendo que para ele não tem
dessa de brincadeira não, com ele ‘falou tá falado’, que ROLINHA tendo pedido, ele
deu o castigo de escravidão a uma situação boa, esperando a morte chegar.” As
duas voltaram para casa, fizeram um pacto de silêncio entre elas, aprenderam a
lição e nunca mais tocaram no assunto.
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