O nada é um convite.
É pra onde vai quem perdeu a vida.
Sozinho e ao lado de outros que não estão em lugar algum.
Às vezes causa um medo enorme saber que os olhos não mais verão, os ouvidos não mais escutarão e os dedos não mais tocarão em nada que se toque.
O medo surge porque se acredita que na vida se sente tudo aquilo que cerca cada um e de repente se deixará de sentir.
Muitos vivem em automatismo tão rotineiro que mal percebem que sentem dia a dia sensações idênticas.
Vive-se uma repetição do que viveu ontem.
Sensações se repetem sem espanto porque novas experiências são evitadas.
Para encarar e se deliciar com o nada é preciso passar pelo antagonismo entre frio e quente.
O nada e o seu oposto.
O choque se revela a quem na vida se abriu.
Os fechados já sabem tudo.
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