quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
JULIOBRAGA POÉTICA 291216 A
Cinto perverso do carro, indelicado centurião.
Revela, no corpo inteiro, efeitos da mesa farta; feijoada, ensopado, doce de leite, goiabada, tudo por ele amarrado.
Estufa barriga da vítima até ao ridículo.
Comprime o peito do sentenciado. Alcança o ombro do inditado e cria calo ou deixa vínculo.
Camisa de linho bem passada sai da prisão amarrotada como rosto exposto ao sol do velho sertanejo. Mas não esqueça de usar o sistema de proteção viatória.
Prefira morrer amarrado em nome de Jesus amado.
Glória!
Contudo, não corra adoidado antecipando a chegada na cidade de pé junto.
Melhor será perder a hora e viver um pouco mais neste vale de lágrimas que todo mundo adora. Aperte o cinto e boa viagem!
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