quarta-feira, 21 de setembro de 2016

OGBE OGUN ODU LONÍ – 21.9.16 (Signo do Dia)



Agbarare Ogbirin Aiye/Orun – Poder Feminino do Universo.
OSUN EPONDA (A Deusa do saber do abastecimento de água).

SORO(falando):
ODU LONI RE:(Signo geral): IWORY ETAWAMEJI RERE, OGBE ETAWA LOKARA = Inteligência pouca, leva a gradual empobrecimento.
JUGBA (Saudação): Pronunciar em voz alta: "MOJUGBA OSUN EPONDA, ORE YE YE O!” (“Minha saudação a Deusa do saber do abastecimento de água, Mãezinha Amiga O!”).

     “ITÀÁ” BOTAR OGBA “ÁGBOSÍ”(Decepção) PARA NADAR... !
     No tempo do Império, quando o governo ainda estava na Bahia, AURELINA comandava uma próspera casa de lenocínio na ladeira da Gameleira, bifurcação da ladeira da Preguiça, ao lado da Rocinha do Marinheiro, locais onde conviviam quase pacificamente famílias pobres, prostitutas, travestis, traficantes, gigolôs, escravos de ganho e proxenetas de toda ordem. Isto situado no coração da cidade de Salvador, Bahia. AURELINA era uma cabocla forte, atarracada na meia idade, dos 45 anos e vivia feliz ao lado do seu cafetão e braço direito chamado TIBÚRCIO, conhecido naquela zona pelo apelido de TIBUCINHO, muito considerado, estimado e respeitado por todos devido a sua simpatia e boa índole, só tornava-se violento em casos extremos.
     Alguns anos antes AURELINA, seguindo orientação de TIBURCINHO “entrou para o Santo” pelas mãos de MÃE MIUDINHA que tinha uma concorrida Casa de Candomblé na Ladeira da Misericórdia e que era tia carnal de TIBURCINHO, só que AURELINA não sabia desse parentesco. Foi iniciada para o ORIXÁ OGBA ÁGBOSÍ Senhora do saber da decepção) e cumpriu todas as suas obrigações, ou seja, todos os rituais de passagens, até que depois de muitos anos e despesas pagas para MÃE MIUDINHA,
AURELINA casualmente descobriu o parentesco entre eles. Então ficou envenenada pela desconfiança e resolveu ir consultar DONÉ TININHA DE GBESEN, que por sua vez era RUNGBANO antiga do ZOOGODO VODUN MALE RUNDO, que tudo via em uma pequena bacia com água, sendo considerada a sua vidência um verdadeiro prodígio.
     DONÉ TININHA olhou para a água e desatou a falar que via o ODU IWORY ETAWAMEJI RERE, OGBE ETAWA LOKARA (Inteligência pouca, leva a gradual empobrecimento). E disse mais –“Abra seus olhos AURELINA, pois você ainda não viu o principal punhal cravado nas suas costas.”
AURELINA voltou para casa e reviu as suas mais remotas desconfianças e o seu pensamento fixou-se em uma das suas funcionárias mais antigas que atendia pelo apelido de GALEGA, uma mulata sarará jovem e muito bonita e que, não levava fregueses para o quarto fazia anos, porém tinha sempre dinheiro para pagar a cota da casa. Lembrou como TIBURCINHO a tratava com indiferença e proteção. Muito desconfiada contratou a Gato Preto, agência de detetives para desvendar o mistério e o resultado foi estarrecedor. TIBURCINHO vivia maritalmente com GALEGA há amis de 15 anos com quem tinha 3 filhos adolescentes. Ela marcava presença no trabalho, porém, se algum homem dela se aproxima-se corria o risco de ser morto por TIBURCINHO, dada a sua paixão por GALEGA. Em dupla, eles pegavam o dinheiro da própria casa e com esse mesmo dinheiro pagavam a taxa que seria de produção da GALEGA.
AURELINA enlouqueceu com essas notícias, a sua paixão pelo seu cafetão era incomensurável, foi quando então radicalizou e resolveu acabar com tudo de uma vez por todas, voltou-se contra o seu ORIXÁ OGBA ÁGBOSÍ jogando o seu assentamento no mar, na Praia da Preguiça, dizendo: -“Vamos ver, OGBA se você sabe nadar...!
     Voltou para casa, fechou o prostíbulo, passou a beber cachaça diariamente e morreu assim, bêbada, às quedas na ladeira da Gameleira.


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