domingo, 11 de dezembro de 2016

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 11.12.16




                                            
                                              AO FINAL DO SEU INEXISTENTE COMEÇO.
O ponto grande ou pequeno encerra a frase. Mas há formas de se continuar a sonhar. Os sonhos insistentes resistem incansavelmente à dureza dos muros de ferro.
Muros firmes e encravados no fundo da terra. E como toda matéria rígida os muros cedem ao balanço elástico que se opõe às definições irremovíveis e definitivas.
Escreve-se então até os limites que nunca terminam. Até a fronteira da linha sem fim e maravilhosamente até as bordas invisíveis das páginas soltas e todas as suas letras livres.
Há espaço entre as palavras. Espaço que se permite colocar outras novas palavras, muitas outras. Palavras que envelhecem de trás pra frente, do final ao seu inexistente começo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário