domingo, 4 de dezembro de 2016

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 41216




A ilusão segue na linha reta em direção ao precipício. Os homens enfileiram-se numa espera desesperada, todos guiados pelo cego. Ele vive muito bem aguardando a hora exata de deixar todos órfãos.
O cego vive tranquilo enxergando o que só ele enxerga e transmite didaticamente e sem medo algum seus conhecimentos para visionários sem olhos, sem sonhos, sem norte e cheios de esperança.
Uma comunhão de homens que partilham migalhas e que desconhecem que há um banquete sem regras aguardando o usufruto. Tudo preparado, limpo, arrumado e mofando no tempo.
As portas estão fechadas sem chaves e ninguém sabe que há um vão sem dono esperando a chegada dos homens. E o cego ri toda vez que anda sem pressa seguido por todos que dependem de sua visão.

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