sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 23.12.16


É difícil saber a verdadeira posição de onde estamos. Isso nada tem a ver com o tempo, essência soberana e constante que a tudo modifica ao se manter sempre estável. Com humildade a relação que se procura é da nossa posição com tudo o que compõe os limites do espaço. E só uma única luz. O sol que flutua e que nos atrai como um forte imã para onde somos obrigados a ir, sem outra escolha.

Tem que confiar no sol. Verdade que não se pode sequer questionar. Estrela pequena ao relacioná-la com o vasto imenso e grande demais para algo tão pequeno como nós. Luz com poder de florescer galerias de coisas verdes, de brilhar os olhos dourados de peixes submersos nas águas geladas e de incendiar a imaginação de tantos pintores hipnotizados pela sua claridade permanente.

Não é permitido ter medo, irmão gêmeo da completa e inquieta solidão, condição imperiosa da grande mãe das estrelas mortas e de tantas outras tão vivas e esquecidas. Estrela que no seu tempo vai morrer assim como todas as coisas com vida vão. E definitivamente se apagará o tempo que passa para os que passaram e passarão. Raridade de uma existência minúscula, um quase nada tão grande.

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