sexta-feira, 4 de novembro de 2016



EXPRESSIVIDADE SUBJETIVA OSOSI.

Um poeta morreu. 
Ele gostava de escrever sobre as estrelas e formulava inúmeras teorias acerca de como o Sol teria se formado. 
Nunca conseguiu explicar com simplicidade assuntos tão densos. 
Ele não era conhecido e nunca publicou seus poemas em livro algum.
Andava de sunga, sem camisa e sem muito dinheiro. 
Vivia naturalmente na praia fumando um cigarro barato à procura da mulher que nunca encontrou. Morreu ontem depois de subir oito lances de escadas até chegar em sua casa. 
Deitou-se suado na cama quando, de repente, o coração resolveu repousá-lo num sono sem fim.
Minutos antes do choque muscular, ele imaginava, olhando deitado a noite pela janela, um novo poema sobre duas estrelas que se beijavam. 
Beijo tão poderoso que transformava escuridão em luz, morte em vida, asas em voo, possibilidade em realidade, fim em infinito, fagulhas em sol, nada em tudo e descanso em eternidade.

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