sábado, 19 de novembro de 2016

JULIO BRAGA POÉTICA 19.11.16





                                                                   EXU EMOÇÃO

Vejo o passado qual refluxo do tempo que sobrou na caldeira do diabo do lixo recolhido da podridão da cidade. 
Fruto do que foi desperdiçado da mesa farta da burguesia na proporção real do que foi subtraído da mesa dos pobres coitados que vivem do serão da noite sem perspectiva de novo dia. 
Eu sou esta agonia; nada mais além de resíduos da compostagem. 
Eu sou o que restou de mim de toda maneira reciclado. 
De qualquer jeito, sirvo para adubar a terra, fazer crescer o trigo e, com ele, fazer brotar a flor do Amor Perfeito.

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