sábado, 14 de janeiro de 2017

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 14117


Duas nuvens unidas por pequenas nuvens formam uma nuvem grande. É só olhar para o céu. Percebe-se que ela assemelha-se ao objeto cobiçado. Um carro preto. Uma casa no campo. A rede presa nos coqueiros. O olhar está certo, ele enxerga o que mais deseja.

Mas no céu azul sem nuvens não há lugar pra imaginação. A perfeição é o que se precisa ver. Basta estar no parque de árvores altas com a toalha estendida na grama e frutas diversas. O próprio cenário mágico rega a imaginação na ausência de outros estímulos.

Até que surge a necessidade de imaginar de olhos fechados. É quando vem a chuva e nos recolhe pra debaixo de um teto seguro. E a música intermitente de pingos nas telhas bate onde só há o íntimo silêncio, certificando que a realidade viva também cria monstros.

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