terça-feira, 31 de janeiro de 2017

JOÃOMENDONÇA POÉTICA - Olhos abertos.31.1.17



Enquanto os sonhos não se apagam persiste a incompletude. Que se apaguem então e assim chega-se a culminância. Ausência de tormentos que perturbam a ordem do organismo. Liberdade para ser o que se deseja sem a preocupação de enfrentar o desafio.
Não há refúgio para os rebeldes que não seja outro além da confirmação de que o andamento das coisas é na direção do nada. Tudo apagado da memória do mundo, ausência de registros. Apagar os sonhos é deixar de servir ao que não tem qualquer futuro.
Que alegria. A saudade é o sonho na contramão. Há como trazê-la para a cama e abraça-la no silêncio particular. O ambiente escuro se ilumina de divinas mentiras e os fantasmas flutuam distraídos, cientes de que não podem assombrar o homem de olhos abertos.

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