quarta-feira, 12 de outubro de 2016

JOÃO MENDONÇA POÉTICA




Se há realmente alguma dúvida de que é bom ter dúvidas não abra de forma alguma os livros que pretendem explicar o inexplicável. Eles estão cheios de grandes verdades e convencem bem os incautos porque foram feitos com muito cuidado, atenção e carinho. Abra o livro do dia a dia, esse sim imperfeito, improvisado e imprevisto.
O livro da vida se faz andando na rua, observando os malucos, tomando café ao lado do empresário falido e lendo o jornal de trás pra frente só pra constar. Assim colecionam-se infinitas dúvidas e é importante cultivá-las simplesmente para estimular o tesão de nunca se assegurar se as íntimas perguntas um dia enfim se elucidarão.

Esses livros são os principais redutores do tamanho enorme dos questionamentos espontâneos. Respondem todas as perguntas que jamais foram feitas, esclarecem o que ninguém está incomodado de desconhecer e, pior ainda, estão cheios de palavras que ficariam mais bonitas se estivessem desarrumadas numa cesta velha de piquenique.

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