sábado, 15 de outubro de 2016

JULIOBRAGA POÉTICA

Hoje dei um grito. Reverberou dentro de mim, lá no fundo do infinito. Ninguém ouviu minha voz. Sofri o que tinha de sofrer. E, para ninguém perceber, chorei em silêncio. Me derramei em lágrimas ressecadas, não percebidas, para esconder dor tão doída, poço fundo abandonado sem água, sem nada, sem vida. Cacimba seca no sertão de minha alma tão penada. Que venha chuva molhar meu pranto, lavar desencanto, baixar poeira do caminho solitário. Venha chuva chover na minha horta. Regue a planta do meu pé de vários modos vagos. Eu me encarrego do resto; quase um tiquinho de nada.

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