quarta-feira, 19 de outubro de 2016

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 191016

Não é assim que se constroem helicópteros. Claro que não. É preciso saber que o desejo impulsiona as hélices. Voar é alçar o futuro porque o passado é poeira deixada toda espalhada na terra procurando suas respostas. E que se procure muito bem procurado, o helicóptero já subiu e o que ficou errado não sobe junto.
Lá no alto a visão é do nada. É onde os helicópteros de borboletas se unem para a curtição do voo. São máquinas coloridas e cada qual com seus próprios e incorrigíveis defeitos. Não voam sozinhas, mas ao lado dos espíritos dos mortos que circulam reportagens investigativas completas sobre a força dos cabelos desarrumados.
Os helicópteros de borboletas voam porque as máquinas existem para realizar aquilo que os homens desejam sem poder. São tantas as fábricas de sonhos perdidas. Cercados pelo vazio esses helicópteros um dia transportarão a tristeza dos homens e suas hélices vão espalhá-las até àqueles lugares em que viver e voar seja uma coisa só.

Nenhum comentário:

Postar um comentário