quinta-feira, 20 de outubro de 2016

JOÃOMENDONÇA POÉTICA 201016

Quando as pessoas se lembram daqueles raros momentos mágicos em que foram muito felizes rapidamente se dão conta de que a norma há muito tempo é a presença entediante da rotina diária.
Elas ficam tristes observando as rachaduras das paredes que crescem a cada dia e que se formam lentamente porque até as formas mais sólidas entram em processo de deformação lenta e contínua.
É bom sair do quarto cercado por lembranças permanentemente vivas e tão vivas que matam pouco a pouco os restos de disposição que insistem ainda em querer se realizar de todo e qualquer jeito.
Não dá pra esperar pelo balão colorido que às vezes aparece no céu nem pelo amor que já amou tanto, mas como todo amor encerrado deve ser finalizado nos sonhos tristes que clamam sair pra realidade.
Assim não há motivos para não cantar sozinho aquela música especial que sempre acelera o peito intranquilo e, muito mais forte, descer as ladeiras mal iluminadas e tão impregnadas de silêncios.
E os desencontrados podem se encontrar atraindo solidões distantes que mudam as cores que os olhos veem simplesmente porque se decidiu sem pensar muito pisar na terra mais uma vez, com alegria.

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