sexta-feira, 21 de outubro de 2016

OGBE OGUN ODU LONI RE: 21.10.16 - (Signo do Dia)

 Agbarare Ogbirin Aiye/Orun – Poder Feminino do Universo.

ORISA: EWA ALAJEMO (Senhora do saber da camuflagem, mimetismo).

SORO:
ODU: IRETE ALAFIA, IROSUN OKARA = Alegria positiva não produz sonhos negativos.

JUGBA: MOJUGBA EWA ALAJEMO, RI RO O! (Minha saudação a Senhora do saber da camuflagem, mimetismo).


ITÀÁ: ”VEADO TAMBÉM TEM OKANI”

     Muito antigamente existia na localidade de KABOTO no Recôncavo Baiano um grandioso Candomblé, JEJE SAVALU, onde cultuavam o VODUM ADAHIM.
A mãe de santo era chamada de GAYAKU ROZENDA e dirigia o terreiro com firmeza e muita disposição para produzir os rituais dentro dos princípios antigos de correção.
     Havia muitos filhos e filhas na casa, dentre esses havia um filho chamado pelo nome iniciático de FOMOTIN AGESI, ou seja, o seu nome indicava que ele era o quarto iniciado no seu barco e que era filho do VODUM AGE.
     FOMOTIN AGESI apesar de se portar dentro dos padrões de respeitabilidade moral e religiosa, tinha fala e gesticulação bastante afetada e até mesmo espalhafatosa o que lhe valeu a alcunha de VODUNSI DEKADEKE(Falsa, afetada).
     GAYAKU ROZENDA tinha uma filha chamada GRACIE, criada com grande esmero, de quem ela esperava que tivesse um brilhante futuro. GRACIE foi criada como uma princesa, foi mantida em escolas de Salvador até formar-se em Professora, que era o grande sonho e orgulho da família e até um futuro casamento com um bom partido já estava articulado. HANS, um alemão se interessou por ela vindo a coroar as pretensões da família, afinal se era alemão aqui na Bahia, deveria ter dinheiro e era principalmente branco. GRACIE foi ensinada a não se misturar com preto e com pobre, pois a sua finalidade seria melhorar a família, por isso mesmo nunca foi iniciada no candomblé, apesar de toda a tradição JEJE SAVALU da família.
     GAYAKU ROZENDA desde uns tempos passou a perceber comportamento estranho em GRACIE, andava sonolenta, chorava pelos cantos, enjoando e ficando gorda redonda.
     GAYAKU ROZENDA, só faltou morrer de desgosto pois constatou que GRACIE estava grávida. E quem será que lhe aplicou essa punhalada nas costas? Afinal GRACIE é muito inocente, muito pura coitadinha, esse malfazejo a enganou e com isso destruiu os sonhos de toda a família.
     GAYAKU ROZENDA promoveu uma reunião com os “homens” do terreiro, pois quem fez aquele crime teria que pagar. Mandou avisar que, para não perder tempo, os “veados” não precisavam mesmo comparecer.
Rolou a reunião e as acusações mútuas foram muitas e como não se chegava a uma conclusão, GAYAKU ROZENDA foi consultar Mãe Miúda de EWA, que botava jogo na vizinha Cidade de Saubára.
     Mãe Miúda de EWA, jogou o “Dilogun” tendo respondido a sua própria mãe, que trouxe o seguinte ODU: IRETE ALAFIA, IROSUN OKARA = Alegria positiva não produz sonhos negativos.
     Disse ainda para GAYAKU tomar “tino na vida”, pois ela estava vendo tudo enviesado, estava vendo chifres em cabeça de macaco e não percebia que estava destruindo a vida da sua filha. Que ela deveria consertar tudo. ”Que veado também tem OKANI(Pênis).”
     GAYAKU voltou para casa com o intuito de consertar as coisas e analisando o ODU, chegou à conclusão de quem teria sido o malfazejo, outro não foi senão o veado do FOMOTIN AGESI. Aquela altura FOMOTIN AGESI desapareceu no mundo, dizem que foi visto em Itapipoca do Oeste, mas não deram certeza. O menino depois de nascido, não deixou dúvidas com relação a paternidade, era uma cópia do pai, com o passar do tempo, até os trejeitos o moleque adquiriu.

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